As religiões ao redor do mundo têm diferentes relatos sobre a criação do ser humano, nos quais é dito que um Deus todo-poderoso cria homens e mulheres com um cérebro já desenvolvido. No entanto, os placozoários, criaturas minúsculas que flutuam na água do mar, revelam uma realidade diferente. Os placozoários são animais com menos de um milímetro de tamanho, sem órgãos ou cérebro, mas possuem a surpreendente habilidade de se coordenar para atacar em grupo suas presas.
Uma equipe de cientistas estudou os placozoários e descobriu que suas células são o berço dos neurônios, responsáveis pelo pensamento humano. Apesar de possuírem apenas 50.000 células, os placozoários são capazes de se coordenar graças ao fato de que algumas de suas células podem enviar mensagens químicas semelhantes aos neurotransmissores de nossos neurônios.
Essa descoberta apoia a hipótese do cérebro químico proposta pelo biólogo Gáspár Jékely, da Universidade de Heidelberg. De acordo com essa hipótese, os sistemas nervosos evoluíram primeiro como um conjunto de células que se comunicavam quimicamente, antes de desenvolverem as estruturas especializadas dos neurônios humanos.
A origem dos neurônios ainda é um mistério, mas os placozoários fornecem pistas sobre como organismos unicelulares se uniram e deram origem a seres multicelulares mais complexos. Embora sejam os animais mais simples do planeta, o estudo dos placozoários é fundamental para entender a evolução das células e dos sistemas nervosos.
Definições:
– Placozoários: Criaturas animais com menos de um milímetro de tamanho, sem órgãos ou cérebro.
– Neurônios: Células do sistema nervoso responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos.
– Neurotransmissores: Moléculas químicas que transmitem sinais entre os neurônios.
– Cérebro químico: Hipótese proposta por Gáspár Jékely que sugere que os sistemas nervosos evoluíram primeiro como células que se comunicavam quimicamente.
Fonte: El País