Um recente estudo feito por pesquisadores da Universidade do Havaí em Mānoa trouxe novas informações sobre os mecanismos de formação de água na Lua. Embora há muito tempo se acreditasse que o vento solar era o principal impulsionador da formação de água na superfície lunar, este estudo sugere que outras fontes também podem desempenhar um papel importante.
O vento solar, uma corrente de partículas carregadas provenientes do Sol, interage com o solo lunar, especificamente com os íons de hidrogênio do vento solar que reagem com o oxigênio, resultando na criação de água. Esse processo tem sido amplamente aceito pelos cientistas como o mecanismo primário de formação de água na Lua.
No entanto, este estudo vai além do vento solar e explora outras fontes de água. Uma fonte potencial proposta pelos pesquisadores são os elétrons de alta energia presos nos cinturões de radiação que rodeiam a Terra. Conhecida como magnetotail, essa região é temporariamente compartilhada pela Lua durante cerca de 27% de sua órbita ao redor da Terra.
Durante esse período, a Lua fica protegida de 99% do vento solar, proporcionando um laboratório natural para o estudo dos processos de formação de água. Os pesquisadores analisaram dados da missão Chandrayaan-1 da Índia e observaram um aumento na formação de água quando a Lua entrava e saía da magnetotail, confirmando a importância do vento solar. No entanto, mesmo quando protegida, a formação de água na Lua não cessava completamente, sugerindo a presença de processos adicionais.
A equipe descobriu que a formação de água dentro da magnetotail da Terra era surpreendentemente semelhante à quando a Lua estava fora da magnetotail. Isso indica a possibilidade de processos adicionais ou novas fontes de água que não estão diretamente relacionadas à implantação de prótons do vento solar. Os elétrons de alta energia, que exibem efeitos semelhantes aos prótons do vento solar, são considerados uma dessas fontes alternativas.
Essa descoberta se soma a achados anteriores que sugerem uma forte conexão entre a Terra e a Lua. Os pesquisadores concluem que a relação entre esses dois corpos celestes se estende além do que se reconhecia até agora.
Este estudo, publicado na revista Nature Astronomy, abre novas possibilidades para a exploração dos mecanismos de formação de água na Lua.
Fontes:
– Universidade do Havaí em Mānoa
– Nature Astronomy