Um estudo recente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences revela que a taxa em que as espécies animais estão desaparecendo é 35 vezes mais alta que a média devido à atividade humana. Essa tendência alarmante fornece mais evidências de que o mundo está passando por uma sexta extinção em massa e que está se acelerando.
Os pesquisadores analisaram espécies animais estreitamente relacionadas nos últimos 500 anos e descobriram que, na ausência da influência humana, levariam 18.000 anos para desaparecer. No entanto, a taxa real de extinção está aumentando.
O estudo identificou pelo menos 73 grupos de espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que se extinguiram desde 1500. Se as taxas de extinção tivessem seguido as médias pré-humanas, apenas dois desses grupos teriam desaparecido. Algumas das espécies perdidas incluem os pássaros-elefante de Madagascar, as moas da Nova Zelândia e os melros-do-Havaí.
Essa rápida perda de biodiversidade é atribuída a fatores como destruição de habitat, crise climática e comércio ilegal de vida selvagem. Os autores do estudo projetam que essas perdas continuarão acelerando no futuro. No pior dos casos, onde todos os grupos de espécies atualmente ameaçados de extinção desaparecerem até o final do século, a taxa de extinção será 354 vezes maior que a média dos últimos milhões de anos.
O estudo se concentrou em “gêneros”, que são grupos de espécies dentro da mesma classificação taxonômica acima das espécies individuais. Os autores esperavam que os gêneros tivessem uma taxa de extinção mais baixa do que as espécies individuais, mas descobriram que as taxas eram semelhantes.
Pesquisas anteriores com base em registros fósseis estimaram que um em cada 10.000 gêneros desapareceria a cada século na ausência da influência humana. Isso se traduziria em um gênero extinto a cada 250 anos, dada a quantidade atual de gêneros conhecidos de vertebrados.
Os autores do estudo, os professores Gerardo Ceballos e Paul Ehrlich, já haviam alertado anteriormente que a extinção em massa representa uma ameaça para a persistência da civilização humana. Embora alguns cientistas contestem a afirmação de uma sexta extinção em massa, uma avaliação da ONU em 2019 destacou os riscos enfrentados por 1 milhão de espécies devido às pressões humanas sobre o meio ambiente.
Em resposta a essas descobertas, o professor Ceballos enfatizou a urgência, afirmando que a perda desses gêneros enfraquece os alicerces da vida no planeta. Ele instou a esforços políticos, econômicos e sociais imediatos para evitar essas extinções e seus impactos na sociedade. O professor Ben Garrod, que não participou do estudo, ecoou essas preocupações e enfatizou que a extinção é irreversível.
Em geral, este estudo serve como um alerta contundente sobre a acelerada taxa de extinção de espécies animais. Exige uma ação coletiva global para mitigar a perda devastadora da biodiversidade e preservar o delicado equilíbrio do ecossistema de nosso planeta.
Fontes:
– Proceedings of the National Academy of Sciences
– The Guardian