Um estudo realizado em ratos a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI) mostrou resultados promissores na luta contra a perda óssea associada às viagens espaciais. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e do Instituto Forsyth descobriram que um composto projetado chamado NELL-1 evitou a perda óssea em ratos expostos à microgravidade. Esse composto também poderia ser um tratamento possível para pacientes com osteoporose na Terra.
As estratégias atuais para prevenir a perda óssea em astronautas, como o exercício, têm limitações e podem não ser eficazes em missões espaciais de longa duração. Os pesquisadores modificaram o composto NELL-1, prolongando sua meia-vida e anexando uma molécula alvo para torná-lo mais específico para os tecidos ósseos.
O tratamento foi testado em ratos tanto no espaço como na Terra. Os resultados mostraram que os ratos tratados com o composto modificado tiveram um aumento na formação óssea. Esse avanço oferece esperança tanto para os astronautas que enfrentam uma exposição prolongada à microgravidade quanto para os pacientes com osteoporose, que sofrem com uma perda óssea grave.
A perda óssea induzida pela microgravidade é uma preocupação importante para os astronautas em missões espaciais de longa duração. Na microgravidade, os ossos estão sujeitos a uma carga mecânica reduzida, o que leva a uma perda óssea em uma taxa 12 vezes maior do que na Terra. Os astronautas podem experimentar uma perda de massa óssea de até 1% por mês, aumentando seu risco de fraturas durante as viagens espaciais e posteriormente em suas vidas.
A estratégia atual para mitigar a perda óssea é baseada no exercício para promover a formação óssea. No entanto, essa abordagem nem sempre é eficaz e pode não ser adequada para certas lesões. O estudo teve como objetivo investigar se a administração sistêmica do composto projetado NELL-1 poderia prevenir a perda óssea induzida pela microgravidade.
O NELL-1 é uma molécula crucial para o desenvolvimento ósseo e a manutenção da densidade óssea. Os pesquisadores o modificaram para melhorar seu potencial terapêutico. A molécula modificada, chamada BP-NELL-PEG, mostrou uma maior especificidade para o tecido ósseo sem causar efeitos adversos.
Para testar a eficácia do BP-NELL-PEG em condições reais de espaço, os ratos foram tratados com o composto a bordo da ISS como parte da missão SpaceX CRS-11. Os ratos expostos à microgravidade por 9 semanas apresentaram aumentos significativos na formação óssea quando tratados com BP-NELL-PEG. Isso indica que o composto pode prevenir efetivamente a perda óssea em condições de exposição prolongada à microgravidade.
Essas descobertas trazem esperança para os astronautas que enfrentam períodos prolongados de microgravidade e também podem ter implicações para pacientes com osteoporose grave na Terra. O próximo passo para os pesquisadores é investigar mais a fundo o potencial do BP-NELL-PEG como tratamento para a perda óssea e explorar sua aplicação em pacientes com osteoporose.
Fontes:
1. Estação Espacial Internacional (EEI)
2. UCLA
3. NASA
4. SpaceX