Um estudo recente realizado por cientistas das Universidades de Exeter, Lübeck e Iwate descobriu achados fascinantes sobre a história genética e a evolução cromossômica de borboletas, mariposas e tricópteros aquáticos. Utilizando uma ferramenta especializada, os pesquisadores identificaram “blocos” de DNA compartilhados que remontam a mais de 200 milhões de anos. Esses blocos cromossômicos foram encontrados em todas as espécies de mariposas e borboletas, bem como no grupo de tricópteros aquáticos que compartilham um ancestral comum com esses insetos.

O estudo se concentrou na análise dos cromossomos de diversas borboletas e mariposas, com o objetivo de entender suas relações genéticas. Apesar da variação significativa no número de cromossomos entre as espécies, que varia de 30 a 300, os pesquisadores descobriram evidências de blocos compartilhados de homologia, indicando uma história evolutiva comum.

Os cromossomos contêm genes e são as unidades fundamentais de herança. Quando os genes estão no mesmo cromossomo, tendem a ser herdados juntos, formando uma ligação. No entanto, determinar quais cromossomos estão relacionados entre si se torna desafiador quando diferentes espécies têm números diferentes de cromossomos. Este estudo abordou esse problema examinando a semelhança dos blocos de genes em cada cromossomo, fornecendo uma compreensão mais precisa de como os cromossomos mudam à medida que diferentes espécies evoluem.

A pesquisa identificou 30 unidades básicas de “sintenia”, referentes a genes localizados na mesma cadeia de DNA. Essas unidades de sintenia foram encontradas em todas as borboletas e mariposas, e podem ser rastreadas até seus parentes evolutivos, os tricópteros. Essa descoberta lança luz sobre a história genética e as relações evolutivas dentro desses grupos de insetos.

As borboletas e mariposas não são apenas criaturas fascinantes, mas também servem como indicadores essenciais para a conservação. Muitas espécies de borboletas estão atualmente em declínio devido às atividades humanas. No entanto, este estudo sugere que as borboletas e mariposas também são modelos valiosos para estudar a evolução cromossômica. As descobertas desta pesquisa aprimoram nossa compreensão de como os genes de borboletas e mariposas evoluíram, e técnicas semelhantes podem fornecer informações sobre a evolução cromossômica em outros grupos de animais e plantas.

Referências:
– “Uniões de Sintenia de Lepidópteros revelam conservação cromossômica profunda em borboletas e mariposas” por Walther Traut, Ken Sahara e Richard H ffrench-Constant (G3: Genes, Genomes, Genetics)
– Universidade de Exeter