Um estudo recente revelou que aproximadamente 56% da superfície marinha global passou por uma mudança significativa de cor nos últimos 20 anos devido ao aquecimento global. Essa descoberta foi feita através da análise dos dados de cor do instrumento MODIS, no satélite Aqua da NASA.

Uma das principais conclusões dos pesquisadores é que grande parte da mudança de cor se deve ao oceano estar ficando mais verde. Isso ocorre devido à proliferação de fitoplâncton, organismos microscópicos fotossintetizadores essenciais para a cadeia alimentar aquática e o ciclo do carbono.

Essa mudança no tom da água confirma uma tendência esperada com as mudanças climáticas e indica alterações nos ecossistemas do oceano global, levantando preocupações sobre as possíveis repercussões na biodiversidade aquática.

O estudo focou nas regiões tropicais e subtropicais, excluindo as latitudes mais altas e as águas costeiras. Os resultados revelaram que cerca de 12% da superfície oceânica também passou por mudanças nos níveis de clorofila, que é uma medida da abundância e produtividade do fitoplâncton.

Para realizar esse estudo, foi utilizado um método que abrange toda a gama de cores no espectro de luz visível, permitindo capturar mais informações sobre o ecossistema como um todo. Isso proporcionou uma perspectiva de longo prazo sobre as mudanças na cor do oceano.

Embora os pesquisadores ainda não tenham determinado exatamente quais mudanças ecológicas são responsáveis pelos novos tons, eles sugerem que podem ser resultado de diferentes conjuntos de plâncton ou partículas detritais. Além disso, eles apontam que o oceano tem se estratificado mais nos últimos 20 anos devido ao aquecimento do clima, criando um ambiente pobre em nutrientes que favorece certos tipos de plâncton.

Espera-se que o lançamento do satélite PACE em 2024 forneça observações com uma resolução de cor mais precisa, possibilitando que os pesquisadores obtenham ainda mais informações sobre a ecologia oceânica.

Fontes:
– [Fonte 1]
– [Fonte 2]