Os “superbolts” são fenômenos de raios extremamente poderosos nos quais é liberada até mil vezes mais energia do que nos raios normais. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Washington revelou a chave para entender esse enigmático fenômeno. O estudo, que analisou dados de quase uma década coletados pela Rede Mundial de Localização de Raios, revela que a proximidade entre a área de carga elétrica de uma nuvem de tempestade e a superfície da terra aumenta a probabilidade de ocorrência de superbolts. Regiões como o nordeste do Oceano Atlântico, o Mar Mediterrâneo e a região dos planaltos de Peru e Bolívia registram com maior frequência esse tipo de raios. A explicação está na curta distância entre a área de carga e as águas frias do oceano ou as superfícies de alta montanha.
O estudo também revelou que não existe correlação entre os superbolts e as misturas de aerossóis, como poeira do deserto, contradizendo pesquisas anteriores. Os especialistas utilizaram vários parâmetros de dados para construir um mapa global que mostrasse a relação entre esses fatores e a intensidade dos raios.
O conhecimento dos mecanismos dos superbolts é importante não apenas para prever sua ocorrência e minimizar danos em estruturas e embarcações, mas também para compreender o impacto das mudanças climáticas. Mais pesquisas são necessárias para determinar como o aquecimento global pode afetar a frequência dos superbolts e como as mudanças na temperatura e umidade podem influenciar esses eventos. A equipe de pesquisadores também planeja explorar outros fatores que possam contribuir para a formação de superbolts, como variações no ciclo solar ou no campo magnético da Terra.
Este estudo representa um avanço significativo na compreensão dos mistérios que cercam os superbolts, fornecendo aos cientistas uma peça importante do quebra-cabeça. Embora haja muito a ser explorado, essas descobertas são um grande passo à frente e estimulam mais pesquisas para ampliar nossa compreensão desses extraordinários fenômenos naturais.
Fonte: O estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research Atmospheres.