Investigadores da Universidade Hebraica de Jerusalém (HU), em colaboração com a empresa especializada em bioprodução Enzymit, desenvolveram com sucesso um biossensor baseado em proteínas capaz de detectar com precisão minas terrestres e uma ampla gama de outros explosivos não detonados baseados em TNT. A equipe utilizou os algoritmos e capacidades experimentais proprietários da Enzymit para otimizar o sensor, obtendo um aumento de cinco vezes na sensibilidade, tempos de reação mais rápidos e um sinal 30 vezes mais forte do que o modelo original. Os resultados foram publicados na revista Computational and Structural Biotechnology Journal.

Dirigido pelo professor Shimshon Belkin, chefe do Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biossensores da Universidade Hebraica, a equipe desenvolveu uma abordagem baseada em bactérias para detectar explosivos. Através de sua pesquisa, eles criaram um sensor baseado em células vivas que emite bioluminescência para identificar com precisão a presença mesmo de pequenas quantidades do explosivo DNT (2,4-Dinitrotolueno). Essa tecnologia inovadora oferece uma solução custo-efetiva e eficiente diante da proliferação mundial de minas terrestres, que continuam representando uma séria ameaça à vida humana e ao meio ambiente.

Os métodos tradicionais de detecção de minas terrestres são caros, consomem muito tempo e podem ser perigosos. A plataforma de biossensores da equipe utiliza a bactéria E. coli para detectar pequenas quantidades de DNT, um subproduto volátil do TNT que vaza das minas para o solo circundante. A E. coli é programada para morrer logo após ser implantada, garantindo que não represente perigo para humanos ou para o meio ambiente.

A colaboração entre a equipe da Universidade Hebraica e a Enzymit mostra o potencial da biologia sintética para enfrentar desafios globais urgentes. Ao longo da última década, o laboratório tem se concentrado no desenvolvimento de soluções de biossensores para detecção de explosivos, e este projeto resultou na criação de uma plataforma avançada de biossensores. Além da detecção de minas terrestres, a equipe está explorando a expansão da plataforma de biossensores para detectar outros materiais perigosos, como formas alternativas de explosivos, toxinas ambientais e produtos químicos perigosos.

Gideon Lapidoth, CEO da Enzymit, expressou sua admiração pela equipe do professor Belkin e suas contribuições destacadas para o desenvolvimento de soluções de biossensores para detecção de explosivos. Ele ressaltou a natureza inovadora deste projeto no campo da detecção de minas terrestres e destacou o potencial de combinar biologia sintética com inteligência artificial para criar soluções seguras e sustentáveis para desafios humanitários e ambientais.

Fontes:
– Universidade Hebraica de Jerusalém.
– Revista Computational and Structural Biotechnology Journal.