Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade Nacional Autónoma do México destaca uma tendência preocupante na atual extinção em massa. As atividades humanas não apenas estão causando a perda de espécies individuais, mas também estão levando à extinção de gêneros inteiros de animais vertebrados. Essa “mutilação da árvore da vida” ressalta a necessidade urgente de esforços de conservação.
Desde 1500 d.C., 73 gêneros de vertebrados terrestres foram extintos. As aves foram as mais afetadas por esse fenômeno, seguidas por mamíferos, anfíbios e répteis. A taxa na qual os gêneros inteiros estão desaparecendo é 35 vezes maior do que a taxa natural de extinção. Em apenas cinco séculos, as ações humanas causaram um aumento nas extinções de gêneros que normalmente levariam 18.000 anos para ocorrer, resultando no que os cientistas chamam de “aniquilação biológica”.
As consequências dessas extinções de gêneros são muito mais graves do que as extinções de espécies. Quando uma espécie se extingue, outras espécies dentro do mesmo gênero podem compensar parcialmente seu papel ecológico. No entanto, a perda de um gênero inteiro deixa um vazio significativo na biodiversidade que pode levar milhões de anos para se recuperar por meio do processo de especiação.
Essa perda de biodiversidade tem um impacto profundo na estabilidade da civilização humana. Os pesquisadores argumentam que os serviços de biodiversidade da Terra são essenciais para nossa sobrevivência, tornando a extinção de gêneros inteiros um problema urgente que exige atenção imediata.
Além disso, as extinções de gêneros também resultam em uma perda de conhecimento. Cada gênero extinto possui conhecimentos únicos e contribuições potenciais em campos como medicina, como foi visto no caso do sapo incubador gástrico, que poderia ter fornecido informações valiosas sobre doenças humanas, como o refluxo ácido.
Enfrentar essa crise requer ação política, econômica e social em uma escala sem precedentes. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de priorizar a conservação das regiões tropicais, que abrigam a maior concentração de extinções de gêneros e gêneros que possuem apenas uma espécie remanescente.
Em conclusão, a alarmante extinção de gêneros completos se tornou um problema crítico que ameaça a estabilidade de nossa civilização e o conhecimento inestimável que poderíamos perder. É necessária uma ação imediata e abrangente para evitar mais extinções e suas consequências devastadoras.
Fontes:
– Proceedings of the National Academy of Sciences
– Universidade de Stanford
– Universidade Nacional Autônoma do México